terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Minha avó na tela da TV

Por que será que o filme "Que horas ela volta?" me tocou tanto? E, mais ainda, por que a personagem da Regina Casé me lembrou a minha avó?

Talvez, porque o filme fala das dificuldades da vida de muita gente por aí. Pessoas que, todo santo dia, pegam ônibus lotados com o objetivo de cuidar da casa e dos filhos de alguém. Pessoas que abdicam da própria vida para melhorar a vida de quem precisou deixar para trás.

Minha avó foi um alguém assim. E tenho certeza de que só conseguia ver ela no rosto da Val, por causa da semelhança do roteiro do filme com a vida da minha avó.

Para além das dificuldades, as duas têm no rosto o sorriso de que tanto gosto. Aquele sorriso que acalma qualquer um. Aquela simplicidade que revigora.

São tantas as semelhanças que, até o apego da Val com o jogo de xícaras, me fez recordar o sonho da minha avó de ter um conjunto de jantar "bem chique". É só com isso que elas se sentem bem: simples conjuntos de louças.

A Val é a minha avó e, enquanto ela falava na tela da minha TV, eu revivia as histórias que a vovó conta sobre a época em que foi empregada doméstica. Eu tenho orgulho de cada uma delas.

A Val é muita gente e é, por isso, que o filme fez tanto sucesso. Para mim, ele se tornou um dos melhores da vida, só porque representa uma das pessoas que mais amo e que mais tenho vontade de abraçar.

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